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​​​​​Epidemiologia de Doenças de Plantas: Aspectos Temporais

Phil A. Arneson
Cornell University


Arneson, P.A. 2001 Epidemiologia de Doenças de Plantas: Aspectos Temporais. Portuguese translation by Francisco Laranjeira and Joao Felipe, 2013. The Plant Health Instructor. DOI: 10.1094/PHI-A-2013-0725-01. (Revisado en 2006).
 
Translated by: Francisco Laranjeira, EMBRAPA Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, BA, Brasil
Joao Felipe, Department of Plant Sciences, University of Cambridge, Cambridge, UK

Desde o tempo em que os primeiros fazendeiros começaram a cultivar plantas as pessoas preocupam-se em reduzir as perdas causadas pelas doenças.  Por meio da evolução das nossas tecnologias de produção nos últimos dez mil anos, os princípios do manejo (meios de luta, pt) de doenças de plantas vêm sendo trançados no tecido de nossa civilização. As decisões de quando, onde e o que plantar, assim como o desenvolvimento de práticas culturais específicas têm sido baseadas nas tentativas e erros de incontáveis gerações. Sem dúvida, métodos de cultivo bem sucedidos dependiam de sua capacidade em suprimir o desenvolvimento dos fitopatógenos, mesmo que o fazendeiro não tivesse noção exata dos mecanismos biológicos que o levaram ao sucesso. Em qualquer lugar do mundo, seja direta ou indiretamente, nossas tentativas de manejar (lutar contra, pt) as doenças de plantas têm determinado o que comemos e onde nos fixamos.

Esta unidade descreve como as doenças de plantas se desenvolvem no tempo e apresenta modelos matemáticos de suas epidemias. Exemplos extraídos de publicações mostram como esses modelos podem ser usados para ajudar nas decisões de manejo (meios de luta, pt).  

Epidemiologia de Doenças de Plantas?

Epidemiologia de doenças de plantas? Como pode haver epidemia em plantas? (Gr. epi, sobre, em; demos, pessoas) Bem, em termos estritos deveríamos falar em epifitia, mas o termo “epidemia” tem sido tão amplamente usado em referência a doenças de plantas e está tão incrustado na literatura fitopatológica que nós somos forçados a desistir e deixar “epifitia” para os puristas da etimologia. Assim, se aceitamos que “epidemia” aplica-se a populações de plantas, então “epidemiologia” refere-se ao estudo do desenvolvimento de doenças naquelas populações. Entretanto, esses termos ainda são tecnicamente imprecisos e, por causa da maneira como são rotineiramente usados, algumas vezes  nos confundem.  “Epidemia” é um termo usado com frequência em expressões como “epidemia de grandes proporções”, significando um nível alto de doença. Aplica-se “epidemia” também para denotar um repentino, rápido ou amplo desenvolvimento de uma doença, o que implica que se o desenvolvimento é lento ou espacialmente limitado não há epidemia.

Logistic Curve
Dinâmica das Doenças de Plantas

Aqui usaremos “epidemia” para indicar a dinâmica da doença, que é a mudança na intensidade da doença ao longo do tempo. Por intensidade, entenda-se tanto a incidência (número de plantas ou partes afetadas), a severidade (quantidade de tecido afetado) ou uma combinação de ambas. Por esta definição podem ocorrer epidemias rápidas ou lentas, e até mesmo epidemias “negativas” nas quais há um decréscimo na intensidade da doença ao longo do tempo. Por exemplo, se usamos a proporção de folhas afetadas como uma medida de incidência da doença, pode-se ter uma alteração negativa da intensidade da doença se, durante um período seco, novas folhas sadias são formadas ao passo que as infectadas caem.

Disease Focus
Distribuição Espacial das Doenças de Plantas
Após um período de tempo, uma doença que começou com uma única planta infectada aparecerá normalmente como um “foco”, com a densidade mais alta de lesões ou de plantas infectadas no centro e uma diminuição radial em direção à parte externa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 




 

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